Thursday, December 27, 2012

O porque deste blog


Digam o que quiserem, para mim, a Formula Super-Vê, depois chamada de Fórmula VW 1600, foi a melhor categoria do automobilismo brasileiro. Uma pena que tenha durado pouco.

Teve todos os elementos que justificavam chamá-la de a "Fórmula 1 brasileira". Sim, há bastante hipérbole nesse apelido. Porém, as equipes tinham boa estrutura, pilotos eram excelentes, e até mesmo a VW promoveu a categoria com bastante empenho, pelo menos durante uma época. 

Quando acabou, em 1980, a categoria já não era grandes coisas. Os grids eram pequenos - cheguei a contar 41 na pista na final de 1975, e com o país em uma crise que parecia ser eterna, os altos custos não justificavam a categoria. A VW também passava por momentos difíceis, assim, foi decretado o fim da categoria que finalmente modernizara o automobilismo brasileiro, sem cerimônia. 

Não sou muito levado a romantismos. É verdade que muito da promessa da Super-Vê não passou disso, promessa. Por exemplo, grids cheios de carros de fabricantes diferentes. Nos dois primeiros anos havia bastante variedade - no final, a categoria era uma monomarca Polar. Diga-se de passagem, nem isto salvou a Polar.

De memória, alguns pilotos que passaram pela Fórmula Super Vê (Fórmula VW 1600) entre 1974 a 1980 -

Nelson Piquet, Chico Lameirão, Ingo Hoffmann, Alfredo Guaraná, Marcos Troncon, Tite Catapani, Eduardo Celidôneo, Ricardo Mansur, Ricardo di Loreto, Newton Pereira, Arthur Bragantini, Mauricio Chulam Neto, Benjamin Rangel, Chico Feoli, Claudio Mueller, Luis Moura Brito, Ronaldo Ely, Norman Casari, Marivaldo Fernandes, Antonio Carlos Avallone, Julio Caio de Azevedo Marques, Luis Antonio Siqueira Veiga (Teleco), Julio Cesar Pinheiro, Jose Pedro Chateaubriand, Fernando Jorge, Roberto di Loreto, Edson Yoshikuma, Reinaldo Campello, Paulo Gomes, Antonio Castro Prado, Vital Machado, Amadeo Campos, Milton Amaral, Elcio Pellegrini, Mario Pati Junior, Amandio Ferreira, Antonio Freire, Rafaelle Rosito, Pedro Muffato,  Leopoldo Abi-Ecab, Ricardo Mogames, Jan Balder, Sergio Benoni Sandri, Fausto Dabbur, Norberto Jannuzzi, Plinio Riva Giosa, Sidnei Franchello, Manuel Simeao, Ricardo Achcar, Ronald Rossi, Vicenzo Jaconelli, Ricardo Conde, Luis Felipe Gama Cruz, Claudio Cavallini, Marcos Tidemann Duarte, Jose Luis Pimenta, Luigi Giobbi, Luis Dassoler, Luiz Celso Giannini, Francisco Gabriel Neto, Murillo Pilotto, Peter Schultz Wenk, Carlos Alberto Monteiro, Alfredo Buzaid Jr, e muitos outros   

3 comments:

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  2. Se de memória você lembrou de todos esses nomes, parabéns Carlos de Paula! Na minha memória também ficou uma passagem, ou melhor, literalmente uma ultrapassagem inesquecível passados já, quase quarenta anos: Era um dia de treino em Interlagos e eu estava entre os cinco melhores tempos. Meu motor não era dos melhores, mas confiável. Quando fechei a volta notei pelo retrovisor uma manchinha vermelha, talvez a 80, 100 metros de distância. Fiz as curvas "1" e "2" no limite e ao entrar na "Grande Reta" a manchinha estava maior! Achei incrível o "approuch" e no meio da reta calculei que existia a chance desse carro chegar junto na entrada da "3"! Não mudei a trajetória para impedir uma ultrapassagem pois freava lá dentro, na marca dos "50m" e precisava fazer a tomada perfeita para tentar chegar na "Ferradura" na frente! Difícil mas não impossível! Quando equilibrei o "mono" após a forte freada e puxei para esquerda, o "míssil" estava do meu lado!!! Por dentro! Como? Não sei! Mas levei uma ultrapassagem que até hoje ficou "atravessada" na garganta! Depois do susto, até equilibrar o Kaimann 98 e botar a casa em ordem, ele já havia aberto uns 20 metros! Isso nunca havia acontecido em qualquer categoria que eu já tivesse andado! Pensei comigo mesmo: Vão me azucrinar no box, tô ferrado, rsrsrs! Quando entrei na "Ferradura" notei que era um Kaimann da Condugel! Depois vou no box dele e dar os parabéns pela incrível ultrapassagem. Estava com a garganta seca, faltou muito pouco para batermos e decolarmos e lá fui eu falar com a "fera"! Para minha surpresa não o conhecia pessoalmente, era um tal de "José Pedro Chateaubriand Bandeira de Mello"! Rindo, disse: Faltou pouco para a gente se "enroscar", mas eu tinha que passar, seu carro é muito lento... Tõ chegando da Europa e se você não aproveitar uma chance dessa, passam uns quatro ou cinco por você...! Nesse dia, Zé Pedro foi o mais rápido do treino, uma mentalidade européia mostrando o que era a F3 aos brasileiros. Fantástico Chateaubriand!

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